sábado, 21 de fevereiro de 2009

O X da educação

Claudio de Moura Castro*
Entrevista
“Os professores não aprendem a dar aula”
Respeitado como um dos principais pensadores da educação no Brasil, o economista Claudio de Moura Castro acredita que o ensino brasileiro padece de um ciclo vicioso: como a maior parte da sociedade brasileira é educada precariamente, se conforma com a baixa qualidade das escolas. E um dos fatores para a manutenção desse quadro, segundo o pesquisador e colunista da revista Veja, é o processo atual de formação dos professores.
Confira a entrevista concedida na sexta-feira, por telefone, desde seu escritório em Belo Horizonte:
Zero Hora – Por que a educação brasileira não avança como desejado?
Claudio de Moura Castro – Porque começa mal. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostra que menos da metade dos alunos chega à 4ª série funcionalmente alfabetizada. O problema, então, começa já no primeiro ano do Ensino Fundamental. Não adianta consertar o que vem depois. A grande reforma universitária no país seria reformar a 1ª série.
ZH – O que não funciona?
Moura Castro – Uma pesquisa publicada pela revista Veja mostra 80% de satisfação de pais, alunos e professores com a escola no Brasil. E, politicamente, tudo o que você precisa fazer para melhorar a educação é maldade: o aluno tem de se dedicar mais, a prova tem de ser mais difícil, o professor tem de trabalhar mais, tem de corrigir mais, o diretor tem de ser sargentão. Tudo isso tem custo. Por que o secretário de educação ou o diretor de escola vai queimar o capital político dele, se o próprio público não vê a educação como um problema?
ZH – Mas não há uma parcela importante da população que vê?
Moura Castro – Só os educados sabem que a educação não é boa. Como são muito poucos, acabam não contando. Fica difícil fazer algo que envolve custo se pouca gente acha que precisa. Essas pessoas acham que está bom porque a situação física na escola hoje é melhor, tem computador. Só que a sala de aula continua uma porcaria.
ZH – Por quê?
Moura Castro – Os professores, com honrosas exceções, são mal recrutados. Sentem-se desprezados, mal pagos, maltratados. Os alunos que entram para fazer pedagogia são os mais fracos. Olha os vestibulares, a pedagogia está na rabeira. Os professores não aprendem direito o conteúdo e não aprendem a dar aula durante o curso.
ZH – Aprendem o quê?
Moura Castro – Grandes teorias, Vygotsky, Piaget, que foi um cara que nunca falou de educação. Falou da psicogênese do conhecimento. O que interessa é como deve ensinar verbo irregular, como deve formular uma prova, como fazer um plano de aula. Os mais antigos dizem que antes aprendiam a dar aula. Hoje tem uma barreira, tem uma gosma ideológica fortíssima, uma grande resistência à mudança e uma recusa em ensinar aos professores aquilo que eles devem ensinar. Hoje não pode haver acusação pior do que chamar um professor de conteudista, de ter currículo a ensinar. Aí tem outro problema grave do professor, a resistência a uso de materiais estruturados.
ZH – O que são?
Moura Castro – São obras que entram no detalhe de como conduzir os assuntos de aula, passo a passo. É que há uma convicção de que esse tipo de material não pode, o professor é que tem de inventar a aula. E a minha estimativa é de que entre 2% e 3% dos professores têm competência para inventar aula. E, mesmo se tiverem, não têm tempo para isso.
ZH – Que saída o senhor vê para isso?
Moura Castro – Sou moderadamente otimista. A coisa mais importante que aconteceu nos últimos anos foi o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que existe escola por escola, município por município. E os diretores todos sabem o Ideb da sua escola. Eu fui na pior escola da pior periferia de Belo Horizonte, e a diretora lá sabia qual era o Ideb dela. Então, hoje você tem uma medida, uma espécie de GPS da educação.
ZH – Falta usar esses dados?
Moura Castro – Falta os pais aprenderem a apertar mais a escola: “Como é, esse Ideb de vocês não vai avançar?”. Os dados estão referenciados para permitir a comparação com outros países, então dizem quantos pontos tem de fazer para chegar a um nível de primeiro mundo.
ZH – Hoje há um pacto de mediocridade?
Moura Castro – É, é um pacto de mediocridade. Na verdade, nem é isso, porque acham que está bom.
http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2388712.xml&template=3898.dwt&edition=11605&section=1015 Zero Hora, domingo, 01/02/2009

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O objetivo atual da educação

Em pensamentos constantes sobre educação e sobre os métodos desta que temos atualmente, analisei e cheguei a conclusão de que sem dúvida alguma estamos “andando” para traz. Seria um tanto radical afirmar isso publicamente eu como um estudante de pedagogia, mas me perco por aqui onde acredito ter uma certa autonomia e liberdade para expressar minhas idéias. Lanço uma pergunta a todos e me dou o direito de já responder com meu ponto de vista. Que jovem a escola quer formar hoje, ou melhor, qual o objetivo real da educação em nossos tempos? Penso que é quase certo que o sistema visto que este mantém a sociedade e esta financia a educação quer produzir mão de obra barata, calada, explorada... Um trabalhador submisso absolutamente dependente, não sei não, mas parece que eu já vi esse filme e vocês?

Novamente Paulo Freire

O que não podemos, como seres imaginativos e curiosos, é parar de aprender e de buscar, de pesquisar a razão de ser das coisas, não podemos existir sem nos interrogar sobre o amanhã, sobre o que virá, a favor de que, contra que, a favor de quem, contra quem virá; sem nos interrogar em torno de como fazer concreto o "inédito viável" demandando de nos a luta por ele.
(pedagogia da esperança, p98)

Paulo Freire

Enquanto a violência dos opressores faz dos oprimidos homens proíbidos de ser, a resposta destes à violência daqueles se encontra infundida do anseio de busca do direito de ser. (pedagogia da esperança)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sharles Defaveri

O que determina a diferença de uma pessoa e outra são os interesses.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

EJA só para maiores

Ai pessoal mando aqui e monto um forte repúdio ao eja, pois, ele tem sido usado como um instrumento de jovens eu digo jovens mesmo para conseguir avançar logo de série. Ca para nós isso é inaceitavel e todos sabemos que o eja não foi criado com essa intenção. vamos mudar isso. um forte abraço. Sharles Defaveri